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Lúdica.

Maya Angelou

  • Foto do escritor: filosofia ludica
    filosofia ludica
  • 4 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de jun. de 2020


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’'O preconceito é um fardo que confunde o passado, ameaça o futuro e torna o presente inacessível.’’

Maya Angelou


RACISMO. ABUSO. LIBERTAÇÃO. São palavras que marcam a história desta mulher memorável.


Marguerite Ann Johnson, mais conhecida como Maya Angelou nasceu em 4 de abril de 1928 e faleceu em 28 de maio de 2014. Foi uma importante escritora e poetisa nos EUA que lutava pelos direitos civis e pela igualdade. Também foi atriz, roteirista e dançarina. O nome de Maya estava/está atrelado a voz de negros e negras e ela produziu obras consideradas defensoras da cultura negra. Aos oito anos, Maya foi violentada pelo namorado de sua mãe. O homem foi preso e ao sair da prisão foi assassinado, provavelmente pelos tios de Maya. Os anos que se seguiram, foram difíceis para ela. Pois acreditava que a sua voz tinha feito aquele homem morrer, então ficou muda por 5 anos: ‘’minha voz o havia matado; eu matei aquele homem porque disse seu nome. E depois pensei que nunca mais voltaria a falar, porque minha voz poderia matar qualquer um...”

Mal sabia Angelou que depois as suas palavras iriam matar sim; iriam contribuir para matar dia após dia, o racismo estrutural. Mas também iriam ressuscitar. Ressuscitar a autoestima de negros e negras mundo a fora. ‘’Eu sei porque o pássaro canta na gaiola’’, é uma das obras mais aclamadas de Angelou. Tal história foi o primeiro best-seller de uma mulher afro-americana. No livro, estão presentes as memórias dolorosas, violências, abusos e superações vivenciadas pela escritora.

Seu poema intitulado ‘’Still I Rise’’ é um pilar para o movimento negro nos Estados Unidos.


Ainda me levanto (Still I rise)

Podes inscrever-me na História Em mentiras amargas e retorcidas. Podes espezinhar-me no chão sujo Mas ainda assim, como a poeira, vou-me levantar.


Minha impertinência incomoda?

Por que ficas soturno

Ao me ver andar como se tivesse em casa

Poços de petróleo jorrando?


Como as luas e como os sóis,

Como a constância das marés,

Como a esperança alçando voo,

Assim me levanto.


Querias ver-me alquebrada?

Cabeça pensa e olhos baixos?

Ombros caídos como lágrimas,

Enfraquecida de tanto pranto?


Minha altivez o ofende?

Não leve tão a peito assim:

Eu rio como quem minera ouro

Em seu próprio quintal


Podes fuzilar-me com palavras

Podes lanhar-me com os olhos

Podes matar-me com malevolência

Mas ainda assim, como o ar, eu me levanto


Minha sensualidade perturba?

Por acaso te surpreende

Que eu dance como quem tem diamantes

Ali onde as coxas se encontram?


Do fundo das cabanas da humilhação

Me levanto

Do fundo de um pretérito enraizado na dor

Me levanto

Sou um oceano negro, marulhando e infinito,

Sou maré em preamar


Para além de atrozes noites de terror

Me levanto

Rumo a uma aurora deslumbrante

Me levanto

Trazendo as oferendas de meus ancestrais

Portando o sonho e a esperança do escravo

Ainda me levanto

Me levanto

Me levanto


Maya Angelou © Todos os direitos reservados. Tradução: Walnice Nogueira Galvão



Referências

















 
 
 

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