bell hooks
- filosofia ludica
- 4 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de jun. de 2020

Cresci sabendo que queria ser escritora. Desde os tempos de menina, livros têm me oferecido visões de novos mundos diferentes daquele com o qual eu tinha mais familiaridade. Como terras exóticas e estranhas, livros me proporcionaram aventura, novas formas de pensar e de ser. Sobretudo, apresentaram uma diferente perspectiva, que quase sempre me forçava a sair da zona de conforto. Eu ficava admirada por livros poderem oferecer pontos de vista diferentes, por palavras em uma página poderem me transformar e me mudar, alterar minha mente. Bell Hooks
Gloria Jean Watkins, mais conhecida pelo pseudônimo bell hooks → O nome "bell hooks" foi inspirado na sua bisavó materna, Bell Blair Hooks. nasceu em 1952 em Hopkinsville, uma cidade rural do estado de Kentucky, no sul dos Estados Unidos. bell hooks é formada em literatura e dedica seus estudos a raça, classe e gênero. Em seus principais estudos estão dirigidos à discussão sobre raça, gênero e classe e às relações sociais opressivas, com ênfase em temas como arte, história, feminismo, educação e mídia de massas.
Eleita uma das principais intelectuais norte-americanas, pela revista Atlantic Monthly, e uma das 100 Pessoas Visionárias que Podem Mudar Sua Vida, pela revista Utne Reader, a aclamada feminista negra bell hooks nos apresenta, nesta acessível cartilha, a natureza do feminismo e seu compromisso contra sexismo, exploração sexista e qualquer forma de opressão.
Em seu livro: feminismo é para todo mundo: ela vem abordando temas como, a interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero, e da capacidade deles perpetuarem os sistemas de opressão e dominação de classe, a sim como as outras escritoras aqui citada: Davis, Sueli, Lélia. Nesta escrita, ela desmistifica algumas ideias erradas que o público tinha/ tem com o feminismo, trazendo pontos de como se fazer um feminismo para todos, não só para mulheres, alguns pontos que se trata no seu principal livro, são: reconhecer que o movimento tem que ser pautado nas vivências, não só na teoria; disseminação do movimento para toda a massa, por isso ela fala de ter estudos com uam leitura facilitada para servir a todos, por ela traz a importância da pedagogia ser a disseminadora dos conceitos do movimento; Assim como, as outras feministas negras, bell hooks, fala sobre acabar com o sexismo, exploração sexista, opressão, não é ser anti-homem, é acabar com essa imagem sobre os corpos femininos; hooks diz que o movimento feminino não consegue sozinho acabar com racismo, elitismo, imperialismo, é preciso ter uma completa sororidade entre todas as mulheres na sua fala “mas só podemos nos tornar irmãs na luta confrontando as maneiras pelas quais mulheres – por meio de sexo, classe e raça – dominaram e exploraram outras mulheres”.
Não adianta um grupo de mulheres se libertar da dominação masculina no mercado de trabalho enquanto existe outro grupo de mulheres, de classe mais baixa, exploradas para fazer o trabalho sujo que o primeiro grupo se recusa a fazer. Não vincular as questões de raça e classe às questões de gênero é um erro, assegura a autora: “Enquanto mulheres usarem poder de classe e de raça para dominar outras mulheres, a sororidade feminista não poderá existir por completo.”; outro ponto não menos importante é “feministas são formadas, não nascem feminista” - o que ela quer dizer sobre isso, é entender como a sociedade se organiza, como as políticas se organizam, entender que o patriarcado é um sistema de opressão, de dominação, é também torna-se protagonista da própria história, detalha hooks: “Antes que as mulheres pudessem mudar o patriarcado, era necessário mudar a nós mesmas, criando consciência.”, reconhecer que neste processo de conscientização é preciso ter comunicação, escutar, estudar, dialogar.
Para poder aprofundar um pouco mais as ideias de bell hooks, deixamos abaixo um vídeo para entender sobre o posicionamento de hooks sobre supremacia branca, patriarcado e capitalismo.
Referências:
1- bell hooks- o feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. editora rosa dos tempos 2018
2-https://www.geledes.org.br/classico-do-feminismo-negro-obra-de-estreia-de-bell-hooks-e-re ancada-no-brasil/ - Clássico do feminismo negro, obra de estreia de bell hooks é relançada no Brasil
3- bell hooks. Mulheres negras: moldando a teoria feminista. Revista Brasileira de Ciências Política, nº16 Brasília, Janeiro de 2015. www.scielo.br
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